No último domingo, fui ao circo que havia récem-chegado aqui em minha cidade. Tive até a oportunidade de conversar com alguns circenses. São pessoas simples já com famílias constituídas que amam muito o seu trabalho.
A história deles lembrou-me muito o documentário "Pindorama". Um circo conduzido por uma família de anões. Salvo a questão da estatura, as alegrias e as tristezas são similares.
Paguei sete reais para assistir o espetáculo e valorizar os artistas circenses.
Muito bom o espetáculo. Mágicos, malabaristas, contorcionistas, o palhaço com seu vocabulário proibido para 18 anos dirigido para as crianças...
Até que entre uma apresentação e outra, chamaram as rumberas.
Até que elas se esforçavam, mas a compleição e a indumentária não ajudavam.
Mas mesmo assim por parte de alguns marmanjos, ouviam-se palavras ofensivas ao trabalho daquelas meninas, algumas até senhoras.
Elas eram todas esposas dos rapazes que participavam do circo.
Apenas mais uma atração do circo, não uma vulgaridade.
Rumbera é uma pessoa que dança rumba, cha cha cha, conga, guaguanco ou mambo.
Porque ofendê-las, chamando-as de rameras.
Assistimos as garotas do Faustão e não gritamos que elas são rameras.
Isso mesmo:
Em espanhol, rumbera é uma dançarina de rumba, cha cha cha, conga, guaguanco ou mambo.
Já,
Ramera é outra profissão, igualmente discriminada: prostituta.
Dizem que o nome ramera vem da Idade Media. As prostitutas muito discretas colocavam um galho, um ramo na porta da casa para dizer que ali vendia prazer( placer).
As senhoras recatadas da sociedade para não falar prostituta (seca e diretamente) apontavam para a meretriz e rotulavam-na de ramera.
No português, existe a palavra correspondente rameira.
Lembro que aprendi essa palavra no primeiro período de espanhol lendo La Celestina. Mas aí já será outra postagem...
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